terça-feira, 20 de outubro de 2015

Fumaça prejudica visibilidade de pilotos e aeroporto funciona com auxílio de equipamentos

Capital amazonense entra no 19º dia de fenômeno, proveniente das queimadas na região, com a cidade ainda encoberta pela nuvem cinza

Fotos: Victor Affonso


Há 19 dias, Manaus sofre com a invasão de nuvens de fumaça proveniente de queimadas. A intensidade e a duração do fenômeno tem variado, com a situação sendo amenizada durante as primeiras horas do dia. Desde segunda-feira (19), no entanto, até o fechamento desta matéria, a fumaça ainda persistia sob os céus da capital. 


Causas
O fenômeno, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) é resultado da queima de vegetação em diversas regiões do Estado – baixo, médio e alto Solimões e Região Metropolitana, principalmente – agravada pelo verão intenso e a falta de ventos.

O volume de fumaça proveniente dessas queimadas em grandes áreas de roçado, pastagem e onde é praticada a agricultura familiar, não se dispersa, permanecendo estacionário sobre as cidades.

Em síntese, o fenômeno é resultado direto da intervenção do homem, agravada pelas condições climáticas e atmosféricas. Na área urbana, prevalecem como causas principais de queimadas as invasões onde, frequentemente, a vegetação é incendiada para abrir espaço à construção dos barracos.

Até o fim de outubro


O fenômeno da nuvem de fumaça tomar a superfície da cidade de Manaus vem se repetindo nas últimas semanas desde o dia 1º de outubro, e tal problema provavelmente será recorrente até o final deste mês ou início de novembro, quando começa o inverno (período chuvoso). Até então,  as chuvas na cidade são pontuais e esparsas.

Segundo especialistas, só com o início do período das chuvas haverá diminuição dos causadores das nuvens de fumaça (incêndios e queimadas somados à alta temperatura e tempo seco) e, consequentemente, diminuição do problema. “Nossa salvação é a chegada do inverno (período chuvoso)”, disse o geógrafo e ecólogo Carlos Durigan, diretor da WCS Brasil e que dirige um projeto de conservação de fauna.

Focos de incêndio 


Segundo o site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve 45 focos de incêndios em todo o Amazonas da meia noite até às 9h30 de hoje (19). Em Itacoatiara foram 16 focos, seguido de Careiro da Várzea (6), Careiro (2), Pres. Figueiredo (2), N. Olinda do Norte (6), Barreirinha (5) e Novo Aripuanã (2). Os municípios de Borba, Boa Vista do Ramos, Autazes, Maués, Manaquiri e Uricurituba tiveram um foco de incêndio cada um.


Ainda segundo o Inpe, só neste fim de semana, de sexta até 23h59 deste domingo (18), foram 3.063 focos de incêndio no Estado. Os dez campeões em focos no fim de semana são Autazes (284), Barreirinha (251), Apuí (244), Careiro (157), Manacapuru (149), B. Vista do Ramos (149), Itacoatiara (140), Lábrea (139), Manaquiri (134) e Maués (132). Manaus teve 31 focos.

Riscos para a saúde

A nuvem de fumaça pode ocasionar sérios problemas respiratórios. Por conta disso, cardiologistas enfatizam que a saúde pública deve ficar atenta para os sérios problemas decorrentes dessa poluição.
Os efeitos agudos da poluição atmosférica são significativos para especialistas, e até destacam para os danos causados por óxido de enxofre e monóxido de carbono (mesmo gás que sai da descarga do automóvel). A aspiração desses componentes aumentam o número de internações hospitalares de idosos e crianças.
Para o doutor em cardiologia Aristóteles Alencar, o maior problema é a exposição a fumaça principalmente em meios coletivos, como vem ocorrendo em Manaus desde o dia primeiro deste mês.
“A população fica exposta ao risco de adoecer, trazendo consequências sérias e de custo elevado. Normalmente, Manaus é uma cidade poluída com o excesso de carros nas ruas, queima de óleo diesel para produção de energia, além da contaminação dos nossos igarapés. Há muita poluição para o habitat”, explicou.
Para aqueles manauenses que não têm problemas cardiovasculares, o cardiologia Aristóteles Alencar alerta que eles podem desenvolver outras doenças com a inalação da fumaça que encobre Manaus.
“O constante contato com a fumaça pode irritar os olhos, desenvolver uma dor de cabeça, irritação de vias aéreas, fadiga, letargia (permanente sonolência), garganta inflamada, sangramento nasal e até distúrbios da memória”, disse.
ACRITICA.COM



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